Dando continuidade ao Saudades do Fokker 100 Parte - 1 prosseguiremos em sua segunda parte.
Após alguns compromissos em São Paulo, estava me preparando para retornar à João Pessoa e não via a hora de chegar a minha querida cidade,já estava cheio da grande agitação de São Paulo,na minha humilde opinião em São Paulo você não tem qualidade de vida, aquilo é uma loucura, o trânsito insuportável, um barulho ensurdecedor, tenho pena daquelas pessoas que precisam pegar de três a quatro ônibus, metrô super lotado, acordar ás 4 da manhã e chegar em casa as 11 da noite, enquanto isso o salário?!. Nem se fala, durante a noite eu e e meu colega pegamos um táxi para assistirmos a um jogo no Morumbi, São Paulo e Boca Júniors, mas infelizmente não conseguimos chegar ao Morumbi devido ao trânsito muito lento, "acho eu, que o valor do táxi seria mais caro que a passagem aérea pra JPA, com isso nós desistimos do jogo.
Mas voltando ao nosso tema principal, voltei para o hotel às 13 horas, tomei um banho e preparei a minha mala e fiquei esperando só a hora de seguir para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, já que o meu voo estava marcado para às 8 horas da noite.Neste dia eu não estava muito bem de saúde, um pouco gripado, dor de cabeça, nariz congestionado, acho que devido aquele clima desagradável da capital Paulista.
Pegamos um táxi e nos dirigimos para o Aeroporto de Guarulhos, a dor de cabeça só aumentava e eu realmente estava indisposto para viajar; Ao chegar no aeroporto, fizemos o check-in e ficamos aguardando o embarque, na minha opinião aquele aeroporto deveria ser melhorado, já que ele deixa muito a desejar por ser o maior aeroporto do Brasil em movimentação de passageiros, ainda bem que chegou a hora de embarcar, fui um dos primeiros da fila de embarque já que não aguentava mais aquela cidade e queria voltar logo pra casa.
Mais uma vez a aeronave, era um Fokker 100 da TAM em ótimo estado, bem limpinho e que me deu uma ótima impressão, sentei na janela, a minha poltrona era a penúltima da aeronave,
e fiquei aguardando só o momento da decolagem.Para minha surpresa o avião estava com a sua lotação máxima, o que me deixou um pouco apreensivo,o burburinho intenso me irritava e a minha dor de cabeça não passava, olhei para o meu colega ao lado e falei " Meu amigo, essa dor de cabeça está me matando", chamei a aeromoça e pedi um comprimido, chamei a aeromoça que me atendeu de imediato, decolagem autorizada, reatores em potência máxima, levantamos voo, naquela noite fria nublada de São Paulo.
Tive uma sensação claustrofóbica, ao me ver naquele cilindro de alumínio apertado com 100 passageiros à bordo, olhei pra janela e não conseguia ver nada, só as luzes de sinalização das asas, fiquei sem ponto de referência.
Para o meu alívio, passamos as nuvens, e surgiu um céu brilhante, o que me tranquilizou um pouco.Estávamos no mês de Junho e me lembro bem, a equipe de bordo estavam vestidos com roupa junina, chamei a aeromoça e pedi uma dose de uísque para me "acalmar", naquela época ainda se servia bebida à bordo, a bela aeromoça me atendeu educadamente, não só a primeira como as outras que eu pedi em seguida.Com o passar das horas, eu relaxei e comecei a observar pela janela, as pequenas luzes que podíamos ver, concluindo ser cidades.Foi servido o jantar, logo após, o clima ficou calmo.
Seguimos na proa do Rio de Janeiro, aproveitei para ver aquele belo visual da cidade maravilhosa vista do alto, como se o Cristo estivesse a me receber de braços abertos; Pousamos no Galeão, e após breve parada, decolamos desta vez com destino à Salvador.
O voo continuava lotado, mesmo com a escala no Rio. Deu para notar que a rota estava sobre o mar, já que as luzes da cidade não apareciam.
Chegamos à Salvador, eu troquei de aeronave, fiquei ainda 30 minutos no solo, aguardando o embarque e notei que o Aeroporto de Salvador passava por reformas, fomos autorizados a embarcar, como também a nova tripulação do voo.Para minha curiosidade, o comandante era um rapaz muito jovem, levantamos mais uma vez e seguimos para a nossa próxima escala que seria em recife.Eu já não aguentava mais de tanto sobe e desce, mas ainda bem que já estávamos chegando.
"Tripulação, preparar para pouso", estas foram as palavras ditas pelo comandante antes do pouso em REC.Pousamos, para novamente embarque e desembarque de passageiros, a aeronave ficou mais vazia, acho eu, que teriam mais ou menos cerca de 70 passageiros.Vários passageiros embarcaram em recife, pelo que eu pude escutar da conversa entre eles, tratava-se de um grupo que vinha de um congresso na Venezuela, todos muito falantes, brincando e até com algazarras.Notei que a comissária de bordo, estava conversando com eles, mas não deu para ouvir do que se tratava, só sei que ela foi duas vezes a cabine do comandante e voltava a conversar com o grupo recém embarcado, isso com a aeronave em solo.Foi quando o comandante pediu pelo interfone que eles se organizassem nas poltronas para o balanceamento do avião, já que estavam desorganizados, com algumas pessoas de pé, conversando; No entanto, essas pessoas não atenderam a solicitação do comandante, no que de imediato ele se dirigiu ao fundo do avião e exigiu que todos fossem para as poltronas indicadas pelas aeromoças, já que o avião precisa ser balanceado para decolar, caso contrário não teria condição de decolagem, e se ele não fosse atendido, teria que solicitar a Polícia Federal a retirada deste grupo do avião.Só assim ele teve o seu pedido atendido, e seguimos para o nosso destino final, JPA.Eu particularmente fiquei envergonhado com esta infantil atitude dos meus conterrâneos.
Após alguns minutos de voo, chegamos em João Pessoa, no Aeroporto Castro Pinto.E mais uma vez tive o prazer de viajar na minha preferida aeronave, o Fokker 100.
Espero que tenham gostado do meu breve relato.Deixo esta frase dos anos em que o Fokker fez sucesso.
"Voe Fokker 100, Voe Tam"
Autoria | George Lourenço da Silva "14/10/2011"
1 comentários:
Oi Luiz Felipe. Vi as matérias sobre o Fokker 100 e achei interessante os relatos, mas gostaria de fazer tres pequenos comentários. Primeiro: o acidente com o F-100 em 1996 aconteceu após decolagem no aeroporto de Congonhas, e não em Guarulhos. Segundo: a causa do acidente foi uma pane eletrônica que acionou automaticamente o reverso no momento da decolagem, e a tragédia somente se confirmou porque os experientes pilotos não tiveram tempo de identificar o problema, já que, conforme se apurou nenhum alerta foi detectado nos paineis de controle e, em análise das caixas pretas se decobriu que os pilotos perguntavam "porque não está subindo...", não tendo sido culpa dos mesmos. E o terceiro. A TAM deixou de operar com Fokker 100 porque lhe é mais viável, financeiramente, operar com aeronaves maior do tipo AirBus 319, 320 e 321, que por sinal são mais fácil de operar e menor custo. No mais concordo com voce acerca da saudade do F-100. Eu particularmente gostava deste modelo por causa do silencio, principalmente na parte dianteira, e eu posso falar isso com conhecimento de causa, pois já fiz mais de 300 voos em diversos modelos e posso afirmar, o melhor neste ponto é realmente o Fokker 100. Um abraço e parabéns pela matéria.
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